domingo, 8 de junho de 2014

Meu primeiro amor foi cinematografico

Ele tinha 22. Eu 19.
Ele era comunista e politicamente ativo.
Eu sò sabia quem era Berlusconi e que ele tinha participado dos Bunga-bunga.
Ele era comunista numa epoca - muito recente - em que ser comunista era quase uma ofensa.
Em uma epoca em que não tinha tempo e espaço para ser comunista.
Eu era sò uma colegial, que de nada sabia.

Nos conhecemos no andar do meu predio. Eu voltando das aulas. Ele vendendo jornal comunista por 1 euro. Eu comprei. Sò porque ele era uma graça.
Nos vimos de novo um mes depois. Nos olhamos nos olhos. Não, não apaixonadamente. Nos olhamos nos olhos nos perguntando se nos conheciamos jà.

Meu primeiro amor foi comunista.
Meu primeiro amor foi cinematografico.
Um mes depois alguem me adicionou no facebook.
Aconteceu que ele tinha lido meu blog e a cronica "encontro comunista ato I & II".

Meu primeiro amor foi cinematografico.
Não fizemos sexo por 4 meses.
E ainda là estavamos nòs.

A primeira vez que dormimos juntos foi na minha casa.
Não fizemos sexo; e de manhã cedo joguei ele pra fora.
Eu estava tre-bebada.
Foi nesse dia que ele conheceu meu tio.

Meu primeiro amor foi cinematografico.
Ele se mudou para outra cidade.
Meu primeiro amor não foi cinematografico.
Eu ia dormir na casa dele nos finais de semana.
Nenhuma fuga de meia-noite. Toda a casa estava sabendo onde eu estava.

Meu primeiro amor não foi cinematografico.
Em oito meses: nenhum "te amo".
Ouvi coisa alèm de um simples "te amo".


Meu primeiro amor foi cinematografico:
acabou que nem ligação telefonica norte-americana.
Sem tchau.
Sem tempo de reagir.

2 comentários: